Arroz vermelho: história, sabor e saúde

A gastronomia vai muito além da preparação dos alimentos, o processo de pesquisa dos ingredientes e também da história dos pratos é fascinante.  

Por Hudson B. Machado

Em nossa segunda apresentação no projeto Viver Gourmet buscamos levar pratos com ainda mais sabor para os convidados. O desafio sempre é surpreender o público com o paladar tão exigente, mas acho que conseguimos agradar. A gastronomia vai muito além da preparação dos alimentos, o processo de pesquisa dos ingredientes e também da história dos pratos é fascinante.  

Para esta ocasião escolhemos três pratos que têm histórias e compartilhamos elas com nossos convidados. Logo de entrada uma salada de folhas e baby leaf e uma tortinha francesa de cebola. A massa da torta foi feita da mesma maneira que é feita tradicionalmente na França.

O prato principal foi um Arroz vermelho com queijo mascarpone e coração de alcachofra, acompanhando um medalhão de mignon ao molho de vinho. Uma curiosidade sobre este prato é que o arroz vermelho, conhecido também como arroz selvagem, hoje ainda é pouco consumido na mesa dos brasileiros, mas por volta de 1500, no Brasil, ele era muito apreciado.

Contam os historiadores que apesar de sua origem asiática o arroz veio para o Brasil com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses e permaneceu sendo o principal cereal utilizado na alimentação, porem por volta de 1650, por questões comerciais ele foi proibido de ser cultivado, sob condições de punição a quem consumisse. Com isso foi introduzido em nossa alimentação o arroz branco, que hoje chega ao consumidor polido.

Para os estudiosos de nutrição as principais diferenças entre o Arroz Vermelho e o Arroz Branco são na questão da integralidade, ou seja, para que o tradicional chegue em nossa mesa com a cor branca ele passa por um processo de polimento, onde muitas propriedades se perdem. Já o vermelho é integral, mas as diferenças não acabam por ai.

De uma forma geral, pode-se dizer que o arroz vermelho tem 15% a mais de proteína e 2,5 vezes mais de fibras do que o arroz branco. Tem duas vezes mais zinco e cinco vezes mais ferro do que o tradicional. O personagem ainda é rico em antioxidantes e ajuda a combater os radicais livres.

Para finalizar fizemos uma sobremesa clássica: Cheesecake de frutas vermelhas. Uma receita que ficou famosa pelas mãos dos americanos, mas que segundo relatos é datada de 400 A.C, como uma invenção dos gregos que serviam para os Deuses. Com as invasões romanas o doce foi parar na Europa. Em meados dos anos 70 ele chegou na América, onde ser tornou popular. Hoje existem mais de mil receitas espalhadas pelo mundo, nós reproduzimos uma delas.